Parceria entre as empresas prevê a prestação de serviço de esmerilhamento de trilhos no trecho entre Rondonópolis (MT) e o Porto de Santos (SP)
A Rumo, maior operadora de ferrovias do Brasil, firmou contrato com a Loram, líder na transformação digital de manutenção de via e gerenciamento de infraestrutura. Inspirado pelo modelo comumente adotado nos Estados Unidos e na Europa, o contrato full service estabelecido para os próximos 15 anos é o primeiro do tipo no Brasil.
A parceria prevê a locação, operação e manutenção de uma esmerilhadora modelo 120 rebolos que atenderá o trecho de 2.183 quilômetros de ferrovia entre Rondonópolis (MT) e o Porto de Santos (SP). O equipamento estará disponível a partir de 2023 e a expectativa é proporcionar uma redução de 50% no consumo médio dos trilhos.
O diretor de suprimentos da Rumo, Felipe Bertoncello, explica que, atualmente, a maioria das concessionárias tem seus próprios equipamentos do gênero, sendo responsáveis pela operação e manutenção dessas máquinas. “Por não se tratar do core dessas companhias, muitas vezes esse modelo de negócio acaba gerando alto custo com a aquisição de maquinários”, diz Bertoncello.
Ele ainda explica: “Quando não há uma demanda para sua utilização, esses equipamentos acabam ficando ociosos. O contrato full service com a Loram representa a oportunidade de executar o esmerilhamento do trilho por meio de um parceiro capaz de realizar o serviço em sua totalidade”.
Para o atendimento à malha da Rumo com a melhor capacidade, o equipamento escolhido conta com nove vagões (carro de controle dianteiro, carro de controle traseiro, carro de potência, dois vagões de água e quatro carros de esmerilhamento) e aproximadamente 200 metros de comprimento. Atualmente, só existe um modelo semelhante em operação, em uma ferrovia focada no transporte de minério na Austrália.
“Este contrato com a Rumo, que será o primeiro no modelo full service da Loram na América do Sul, representa uma mudança de cultura de manutenção de ferrovia no Brasil. A execução da manutenção em ferrovias é bastante complexa”, explica Murilo Martins, Diretor Geral da Loram do Brasil.
Além da dificuldade no manuseio dos materiais na via, esse tipo de serviço divide espaço com os trens de circulação. “O nosso negócio é, na essência, aumentar a capacidade e produtividade da manutenção com o menor impacto possível na circulação, por meio de inovação, da digitalização e de equipamentos de alta performance, entregando o serviço final que a ferrovia precisa receber de forma personalizada”, ressalta o diretor.
“Com a implementação do contrato com a Rumo, iremos desenvolver uma rede robusta de fornecedores de componentes, de peças e de prestadores de serviços locais, vamos gerar empregos e implantar a cultura Loram de manutenção no país. Teremos também a oportunidade de trazer ao Brasil o know-how técnico de ponta disponível em todo o mundo em relação à Indústria 4.0 para Ferrovias”.
Além dos benefícios em relação à redução de custos com troca de trilhos na malha ferroviária, a iniciativa das empresas tem o objetivo de incentivar o mercado para que novos contratos full service possam ser firmados no Brasil. “A Rumo está sendo pioneira e, com isso, abre espaço para que cada vez mais fornecedores possam oferecer uma nova forma de fazer negócios por aqui”, afirma Bertoncello.
A decisão por um contrato para o serviço de esmerilhamento foi baseada em estudos de viabilidade e no fato de que a Rumo é uma empresa de transporte ferroviário, não tendo a manutenção como parte da sua operação. Dessa forma, os investimentos em equipamentos podem ser remanejados para outros aspectos importantes que gerem maior valor para o negócio.
“Estamos falando da terceirização do esmerilhamento, mas com garantias de performance”, diz o diretor de manutenção de malha da Rumo, Alexandre Jacob. “Ou seja, conseguimos garantir o melhor equipamento, com a manutenção adequada e corpo técnico altamente especializado”.
O modelo de contrato foi desenhado para o atendimento às linhas da Ferronorte e Malha Paulista, que compreendem o trecho entre Rondonópolis (MT) e o Porto de Santos (SP), em função do volume de tráfego de trens. Futuramente, deve ser adotado também na Malha Central e futuras extensões. O esmerilhamento pleno dos trilhos é um dos principais pilares do plano de expansão da Rumo. Tal processo permite a redução da troca de trilhos, que é um dos itens de consumo de maior valor da empresa.
“Devido ao alto volume transportado, essas linhas requerem um processo de esmerilhamento mais frequente do que na Malha Sul, por exemplo”, afirma Jacob.
“Por isso, o contrato foi pensado para atender inicialmente o trecho de bitola larga, dobrando o tempo de vida útil dos trilhos. A Rumo é hoje referência dentro do setor quando o assunto é manutenção de via. Não se trata de mudar nossa estratégia. Teremos um parceiro com alta experiência e know-how para compartilharmos as melhores decisões de padrões e parâmetros que possam aumentar nossa performance, trazendo ainda mais viabilidade financeira e operacional para a Companhia”.
Sobre a Rumo
A Rumo é a maior operadora de ferrovias do Brasil e oferece serviços logísticos de transporte ferroviário, elevação portuária e armazenagem. A Companhia opera 12 terminais de transbordo, seis terminais portuários e administra cerca de 14 mil quilômetros de vias férreas nos estados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Tocantins.
A base de ativos é formada por 1.400 locomotivas e 35 mil vagões. A Rumo está presente na 17ª carteira do ISE B3, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 que reconhece as empresas que são referências em práticas ESG.
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