Drones que alertam maquinistas, estímulos visuais a motoristas e uso de inteligência artificial na prevenção de atropelamentos fazem parte das propostas selecionadas para nova etapa do Fuse, que pode render um contrato de até R$ 200 mil com a maior operadora de ferrovias do País.
Lançado no começo deste ano, o Fuse – Edital Rumo de Aceleração chega à reta final com o anúncio das quatro equipes selecionadas para a fase de aceleração do pioneiro programa desenvolvido pela Rumo, maior concessionária de ferrovias do País.
Até dezembro, os projetos com foco no desenvolvimento de propostas para reduzir o número de acidentes em ferrovias, serão acompanhados pela HARDS, primeira aceleradora brasileira de software/hardware instalada no Sapiens Parque, em Florianópolis (SC).
Além do suporte da HARDS, parceira contratada para apoiar a fase de aceleração, as equipes selecionadas receberão R$ 200 mil como subsídio para o desenvolvimento de protótipo e testes das soluções em campo. Durante todo o processo, contarão ainda com o apoio de especialistas da própria concessionária.
Entre as equipes selecionadas, a Harpia, de Divinópolis/MG, propõe a utilização de drones na ferrovia para alertar maquinistas sobre o movimento nas passagens em nível (PNs).
O projeto da UTrem (Almirante Tamandaré / PR) busca reduzir o índice de abalroamentos por meio do uso inteligente de estímulos visuais aos motoristas que passam pelas PNs.
A Lastro (Florianópolis / SC) pretende pôr em prática estratégias para a disseminação de uma cultura de segurança próxima às vias férreas.
Já a Tribuzana (Florianópolis / SC) pretende unir inteligência artificial e dados para prevenção de atropelamentos, por meio da análise de imagens de quase acidentes processadas por câmeras digitais nas locomotivas.
“Estamos felizes em ver a apresentação de projetos significativos para o combate a uma das maiores questões em ferrovias no mundo todo: a segurança nos cruzamentos entre a linha férrea e as vias urbanas”, diz Roberto Rubio Potzmann, diretor de tecnologia da Rumo.
“Foram mais de 180 inscrições, inclusive internacionais, e mais de 60 colaboradores da Rumo envolvidos diretamente no programa para que pudéssemos chegar à etapa final com iniciativas capazes de contribuir para a melhoria do setor como um todo por meio da inovação aberta”.
Da seleção à aceleração
Lançado em maio, o Fuse teve mais de 180 inscrições recebidas até o início de julho – incluindo projetos vindos de Israel, Canadá, Portugal e Suíça. Daí saíram as 20 propostas selecionadas para avançar à etapa de imersão e desenvolvimento. Metade delas chegou à fase de idealização, que teve duração de cinco semanas e contou com o apoio de dezenas de mentores de diversas áreas da Rumo.
“Oferecemos todo o suporte para que as equipes chegassem preparadas ao Demo Day e pudessem demonstrar os planos de trabalho já munidos de todo o conhecimento que a Rumo detém sobre a operação em ferrovias”, afirma Potzmann.
Das 10 equipes participantes da fase de idealização, quatro chegaram à etapa final de aceleração. A partir de agora, Harpia, UTrem, Lastro e Tribuzana têm à disposição a estrutura da HARDS.
Os participantes poderão utilizar de forma gratuita o laboratório da Hards, que conta com uma infraestrutura completa para prototipar, testar e fabricar lotes pilotos. A empresa mantém parcerias com o Instituto da Indústria (que pertence à Federação das Indústrias de Santa Catarina) e a Produza (especializada em montagem de placas eletrônicas).
Incentivo ao empreendedorismo
O Fuse representa o compromisso da Rumo com a busca por soluções tecnológicas e inovadoras para ocorrências que estão, em sua maioria, ligadas ao desrespeito às leis de trânsito e sinalizações ou à desatenção de motoristas e pedestres nas travessias. Além disso, o edital tem exercido um papel importante para o desenvolvimento de negócios.
“Podemos dizer que 30% das ideias iniciais que recebemos vieram de equipes formadas por pessoas físicas que reuniram colegas e amigos para propor soluções para o setor”, diz o diretor de tecnologia da Rumo. “Chegamos à fase final com 75% das equipes se tornando empresas de verdade e que estão prontas para desenvolver negócios transformadores e escaláveis”, conclui o diretor de tecnologia da Rumo.
Sobre a Rumo
A Rumo é a maior operadora de ferrovias do Brasil e oferece serviços logísticos de transporte ferroviário, elevação portuária e armazenagem. A companhia opera 12 terminais de transbordo, seis terminais portuários e administra cerca de 14 mil quilômetros de ferrovias nos estados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Tocantins. A base de ativos é formada por 1.200 locomotivas e 33 mil vagões.
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