Pare, olhe e escute. Essa é a primeira regra da segurança no trânsito no entorno das operações ferroviárias. Em áreas onde ferrovias cruzam vias urbanas, a atenção é fundamental para garantir que motoristas, pedestres e a fauna local estejam protegidos.
Os riscos nessas zonas são específicos e exigem uma cultura de segurança para evitar que tragédias aconteçam. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a preferência sempre é do trem.
Um trem de carga em movimento pode precisar de até um quilômetro para frear completamente após o maquinista acionar o freio de emergência.
É por esse motivo que uma das campanhas de segurança promovidas pela Rumo alertava aos motoristas mais apressados:
“não vai dar tempo”.
Este guia vai abordar as melhores práticas de segurança para quem circula no entorno das operações ferroviárias. Leia com atenção essas dicas valiosas para prevenir acidentes e nos ajude a criar um trânsito mais seguro.
Conheça também as tecnologias que estão sendo utilizadas para contribuir com a segurança e o que diz a legislação brasileira sobre o transporte terrestre.
No fim do artigo, respondemos a algumas das perguntas mais frequentes sobre cuidados no trânsito próximo a ferrovias. Aproveite a leitura!
A segurança no trânsito no entorno das ferrovias deve ser uma preocupação de toda a comunidade que circula por essas áreas. Esses trechos costumam ter grande movimentação, com cruzamentos vias urbanas e linhas ferroviárias, exigindo atenção redobrada.
Com a expansão das cidades para locais anteriormente mais reservados para os trilhos, o risco de acidentes também aumentou. Em 2023, o Brasil registrou cerca de 700 acidentes em linhas de trem no país, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os estados que mais registram acidentes ferroviários no Brasil.
Análise dos dados A Associação Nacional dos Transporte Ferroviários (ANTF) analisou 525 acidentes em 2023. Em 78% dos casos, as ocorrências foram motivadas por interferência externa, de responsabilidade de motoristas e pedestres. Dos 525 acidentes analisados, 221 foram graves, resultando em mortes, hospitalizações e prejuízos superiores a R$2 milhões. |
Mais do que nunca, mostram-se necessárias as campanhas de conscientização, como o Maio Amarelo e a Semana Nacional de Trânsito. O cumprimento das normas de segurança é fundamental para minimizar os riscos e evitar que a desatenção, a distração ou a irresponsabilidade causem ainda mais perdas humanas.
A circulação em áreas próximas às ferrovias exige atenção redobrada. Os principais riscos incluem colisões entre veículos e trens (abalroamentos), atropelamentos de pedestres e obstruções nos trilhos causadas por veículos ou objetos.
Entender esses perigos é fundamental para a prevenção de acidentes ferroviários.
A preferência é sempre do trem. No entanto, muitas colisões acontecem porque motoristas aceleram ao perceber a aproximação da composição, o que é terminantemente proibido, segundo as leis de trânsito.
Outro risco é o de atropelamentos. Parte dos casos acontece por imprudência de pedestres, que desobedecem a orientação de manter uma distância segura da operação ferroviária. O trem é um veículo de grandes dimensões, e ações imprudentes em seu entorno podem não ser percebidas pelo maquinista.
Mas a desatenção também é um problema. Dispositivos móveis e fones de ouvido aumentam o risco de acidentes graves, pois reduzem a percepção do ambiente. A recomendação é simples: ao se aproximar de uma ferrovia, evite distrações.
Além disso, pais e responsáveis devem orientar as crianças sobre os perigos dos trilhos e mantê-los distantes da operação ferroviária.
Por fim, é terminantemente proibido pegar carona, praticar “surfe ferroviário” ou atravessar entre os vagões, parados ou em movimento. A travessia deve ser feita apenas em passagens em nível oficiais ou em passarelas, sempre com atenção redobrada aos sinais sonoros do trem e às placas de trânsito.
A obstrução dos trilhos pode ser causada por objetos deixados sobre eles, como lixo ou partes danificadas dos próprios trilhos.
Em outros casos, a obstrução acontece quando veículos param sobre os trilhos, por conta da pressa ou imprudência dos motoristas. Essa atitude aumenta o risco de abalroamentos.
Todas essas situações listadas podem gerar engarrafamentos, atrasos no transporte das cargas e, em casos mais graves, acidentes fatais ou com lesões permanentes.
A direção defensiva garante mais segurança aos motoristas, especialmente na proximidade das ferrovias. Essa abordagem significa antecipar riscos e agir com cautela. Procure observar o comportamento dos outros motoristas e evite trafegar acima dos limites de velocidade.
Em áreas ferroviárias, a sinalização é tão importante para a segurança no trânsito quanto nas rodovias. Placas de sinalização, sinais sonoros e/ou visuais no pavimento indicam a proximidade de um trem.
Cada sinal tem um objetivo claro. As luzes e buzinas avisam que o trem está chegando. As barreiras montadas indicam que o motorista deve parar. Ignorar esses sinais está entre as principais causas de acidentes.
Exemplo de placa de sinalização no entorno da ferrovia.
Ao se aproximar de uma linha do trem, o motorista deve diminuir a velocidade. Mais do que uma dica de direção defensiva, essa instrução é parte do Código Brasileiro de Trânsito.
Se o condutor for surpreendido pela aproximação do trem, reduzir a velocidade oferece mais controle da direção e tempo para reagir.
Mesmo que o sinal permita a passagem, nunca é seguro parar sobre os trilhos. Em áreas congestionadas, é comum que motoristas fiquem presos em cruzamentos devido ao tráfego intenso.
A recomendação é para avançar somente com a certeza de que a via está livre, para não bloquear o caminho.
Quase 80% das vítimas graves do trânsito são pedestres, segundo dados da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). A segurança dos pedestres é uma preocupação constante.
Reunimos as principais dicas de segurança no trânsito para garantir a proteção dos pedestres enquanto transitam perto dos trilhos.
Pedestres devem usar apenas as passagens em nível, passarelas ou passagens inferiores de veículos e pedestres. Atravessar fora dessas áreas aumenta significativamente o risco de atropelamento.
Essas passagens são bastante sinalizadas, oferecendo mais segurança ao atravessar.
Quanto aos animais, estruturas chamadas de passagem de fauna são construídas em trechos estratégicos das ferrovias para garantir uma travessia segura.
Lembra da primeira regra? Parar, olhar e escutar. Nunca atravesse os trilhos sem olhar para os dois lados. Mesmo em lugares com baixa densidade operacional, trens e outros veículos de manutenção podem surgir inesperadamente.
Os dispositivos eletrônicos, como smartphones e tablets, estão entre as principais causas de distração entre pedestres.
Em áreas de baixa visibilidade, isso pode ser fatal. Pior ainda se combinados com o uso de fones e headphones, que abafam a escuta e impedem que os pedestres percebam as buzinas e outros sinais sonoros.
Para motoristas de automóveis, o uso de celular no trânsito é um dos maiores motivos de distração. As multas aumentaram em São Paulo, com um crescimento de 167 mil em 2024, dados do Detran/SP.
As tecnologias são aliadas da segurança ferroviária. A sinalização adequada fornece informações vitais aos maquinistas sobre a presença de outros trens, da velocidade máxima permitida e das mudanças na via.
Com o avanço da tecnologia, os sistemas de sinalização ferroviária também se tornaram mais sofisticados.
Os sinais luminosos, os sistemas de alarmes sonoros e as câmeras de monitoramento são peça-chave da prevenção.
No segundo semestre de 2021, a Rumo realizou a instalação de passagens em nível sensoreadas em municípios paranaenses. Ao todo, foram investidos R$10 milhões em 23 PNs, com uma redução de 50% na média de acidentes nos cruzamentos mais críticos.
A manutenção regular dos trilhos ferroviários garante a segurança da operação.
Isso inclui a inspeção periódica para identificar desgaste, trincas ou falhas nos trilhos.
A limpeza das vias também é essencial para remover detritos que podem comprometer a aderência dos trens aos trilhos.
Em parceria com os órgãos de trânsito, a Rumo investe na conscientização sobre a segurança ferroviária.
Em 2021, uma parceria entre a Rumo e o Detran/PR possibilitou que mais de 800 autoescolas paranaenses incluíssem orientações sobre segurança ferroviária em suas trilhas de aprendizagem.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece normas para diversos aspectos da segurança ao atravessar trilhos, incluindo a construção e manutenção da infraestrutura, as especificações de materiais e os procedimentos operacionais.
Já a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é responsável por regular e supervisionar o transporte ferroviário no Brasil. Suas regulamentações abrangem desde a certificação de operadores até a fiscalização das condições de trilhos e trens.
A ANTT também define requisitos de segurança, como velocidade máxima permitida e procedimentos de emergência.
Além desses órgãos reguladores, as ferrovias também devem apresentar relatórios de governança e gestão socioambiental ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que concede licenças de operação e de instalação, no caso dos projetos greenfield.
O Brasil tem uma série de normas e regras que regulam a segurança no trânsito no entorno das ferrovias. Nelas, são estabelecidas as diretrizes para a sinalização, fiscalização e comportamento de motoristas e pedestres. O objetivo das leis é garantir a integridade das operações ferroviárias e preservar a vida das pessoas.
Exemplo de lei: segundo o art. 212 do Código de Trânsito Brasileiro, é infração gravíssima não parar o veículo antes de transpor linha férrea.
Além das regulamentações, são essenciais as políticas públicas e ações a nível individual para prevenir acidentes. Elas incluem campanhas educativas, fiscalização mais rigorosa para conscientizar motoristas e pedestres.
A Rumo implementa e mantém campanhas de conscientização para reduzir os acidentes nos entornos das operações ferroviárias.
![]() Campanha de Maio Amarelo feita pela Rumo para conscientizar o público sobre a importância da segurança no trânsito. |
A segurança no trânsito no entorno de operações ferroviárias depende de uma combinação entre conscientização dos agentes públicos e privados, respeito às normas de trânsito e o uso de tecnologias para aumentar a proteção.
Ao adotar uma cultura de segurança, tanto motoristas quanto pedestres contribuem para um trânsito melhor e com menos riscos de acidentes.
Esse é um compromisso da Rumo, e queremos levar as informações de segurança que protegem vidas por todo o país.
Nos ajude a aumentar a conscientização sobre a segurança no trânsito no entorno das ferrovias. Siga @rumologistica nas redes sociais para acompanhar as nossas publicações e compartilhe nossas campanhas.
Pergunta | Resposta |
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O que é passagem em nível? | Passagem em nível (PN) é o termo usado para se referir ao cruzamento entre uma ferrovia e uma rodovia ou via urbana em mesmo nível. |
Quando é permitido atravessar a linha do trem? | A travessia só é permitida em passagens em nível oficiais (para pedestres, veículos ou ambos), passarelas ou passagens inferiores de veículos e pedestres. Fora dos locais indicados, transitar pela linha do trem é proibido e pode configurar crime conforme o artigo 260 do Código Penal. |
Qual é a distância segura da linha do trem? | A distância segura indicada para pedestres próximos à linha do trem é de, no mínimo, 3 metros dos trilhos. Isso garante que o pedestre esteja fora da área de risco, sem perigo de atropelamentos. |
Quanto tempo e distância um trem precisa para parar totalmente após acionar os freios de emergência? | O tempo de frenagem varia conforme o peso, a velocidade e o número de vagões. A distância média que um trem percorre após o maquinista acionar o freio de emergência é de 500 m a 1 km. |
Como saber se um trem está se aproximando? | Não utilize fones de ouvido próximo à linha férrea para ouvir os sinais sonoros que o trem emite. Além disso, fique atento aos sinais visuais como as placas de trânsito ou semáforos. |
O que deve ser feito se o meu carro parar sobre os trilhos? | Abandone o veículo e corra para um local seguro. Ligue para o serviço Fale com a Rumo (0800 701 2255) e informe a situação. |
Quais as consequências de desrespeitar a sinalização ferroviária? | As infrações de trânsito no entorno das ferrovias estão previstas na lei de trânsito no Brasil instituída pela Lei nº 9.503. Entre elas, está prevista infração gravíssima para condutores que não reduzirem a velocidade antes da linha férrea. A preferência da via é sempre do trem. |